domingo, 3 de fevereiro de 2019

Aprendendo com interesse e emoção




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          Neste ano iniciamos a partir de agosto o projeto "descobrindo o ninho de quero -quero, também partindo de uma observação da turma.Entendo que o processo de aprendizagem pode se tornar doloroso se não feito com interesse e emoção. Para Maturana (1998) emoção é a essência das ações. Para o autor emoção e razão caminham juntos.Penso que nos professores a emoção é o fio condutor para seguirmos em frente em busca de novos saberes para nossas aulas. A emoção gera envolvimento do professor com o aluno.
      Em 2018, tive um aluno no jardim B, Pedro de seis anos. Pedro era autista, muitas vezes se desorganizava, demonstrando um comportamento um tanto agressivo. Tinha dias que não queria entrar na sala de aula...
      Nos fundos da escola apareceu um ninho de quero-quero. Pedro se encantou em ver a mamãe quero-quero chocando os ovinhos, enquanto o papai ficava ali vigiando (depois através das observações descobrimos que o papai também chocava os ovinhos). Íamos todos os dias, então observar as aves que tanto Pedro e seus colegas aprenderam a admirar. Comecei a fotografar todo esse processo e daí surgiu o projeto “descobrindo o ninho de quero-quero. Quanto mais ele se envolvia, mais eu me envolvia junto. Comecei a pesquisar o que comiam, como viviam para compartilhar com a turma.
       Com a motivação de ver os pássaros, Pedro, começou a progredir em todos os aspectos: passou a comer verduras, antes só comia arroz; começou a desenhar (ação que antes não se permitia, pois dizia que era difícil); e por incrível que pareça até pronunciar as palavras melhor, começando também a interagir mais com o grupo. Compreendo, de todo esse aprendizado, que o entusiasmo, o interesse e a emoção de novas descobertas, nos elevam como seres humanos em constante evolução, nos posicionando a ir em busca de novas descobertas.


Referencias:

MATURANA R., Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política / Humberto Maturana; tradução: José Fernando Campos Fortes. - Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998. p.98   

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