sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Crocodilos e Avestruzes





    Conforme Amaral (1995) “(...) a decorrência de preconceitos vivida, ainda com mais intensidade, pelos significativamente diferentes, impedindo-os muitas vezes, de não só vivenciar os seus direitos de cidadãos, mas de vivenciar plenamente a sua própria  infância.”Nesse contexto me ponho a refletir  que os estereótipos se criam desde a infância . Parece que essa maneira de julgar-mos uns aos outros esta enraizada em nossa cultura, e o que não é considerado normal, é discriminado por uma sociedade com concepções preconceituosas desde a tenra idade.Em nossa modernidade esses comportamentos de insultos, apelidos pejorativos, de crianças e/ou adolescentes para com seus pares é chamado de       Bullyng, o pesadelo de muitos indivíduos em fase escolar. Felizmente essa agressividade que alguns chamavam de” brincadeira” hoje tem nome e é reconhecida como algo muito negativo no desenvolvimento dos educandos.
     Penso que o preconceito parece estar tão impregnado em nos mesmos  que surge quase que de maneira inconsciente em nossas atitudes. Um exemplo falar mais alto com uma pessoa cega ou exaltar a inteligência de uma pessoa paraplégica, em tom de compensação, ora não é porque a pessoa é deficiente física que não pode ser inteligente. A autora nomeia duas metáforas para designar nosso comportamento ao deparar-mos com uma pessoa com deficiência: crocodilos e avestruzes. Crocodilos é o abismo que separa o mito da realidade; Avestruzes quando utilizamos de mecanismos de defesa ( negação, compensação, simulação e atenuação) para não enxergar o que não queremos ou o que não queremos enxergar.
    A narrativa que a autoras faz de sua infância “Café com Leite”, me traz uma infância marcada por frustrações e sofrimentos por conta de uma fase tão importante ser roubada por conta de pré julgamentos e rótulos.
    Reflito, então, quanto a minha pratica: será que quando estamos poupando um aluno de determinada atividade, pois julgamos que ele não tem condições de realizá-la por conta de sua diversidade, não estamos sendo preconceituosos? Com toda a certeza que sim, pois estamos privando essa pessoa de ter o seu crescimento em seu tempo e ritmo. Prova disso é o relato que Amaral, ainda nos faz de sua infância: a professora de educação física permitiu que a aluna “café com leite”participasse de suas aulas de suas aulas, fazendo com que assim a  menina até, então, incapacitada, pudesse mostrar suas habilidades até então ocultadas.

Referencias:
Diferenças e preconceito na escola: alternativas teoricas e praticas/ coordenação de Julio Groppa Aquino.- São Paulo: Summer, 1998
   

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