segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Para a educação não pode haver fronteiras



   Arroio (2012),  traz a ideia dos conceitos “saber-poder”e “dominação- subordinação”. Conforme é abordado no texto do autor,  “[...] na historia da formação de nossas sociedades o padrão cognitivo esteve e continua associado ao padrão do poder.” A luta por igualdade pela aquisição do conhecimento, graças às políticas pedagógicas de inclusão, vem fazendo com que entidades de ensino tenham a obrigatoriedade de incluir, dando a chance de, principalmente, negros e índios, que desde sempre usurpados de sua cultura, possam ter as mesmas oportunidades dos mais “afortunados”.

    Por que temos que lutar por ações que teriam que ser nossas por direito? como direito à saúde, educação de qualidade e igualdade para todas as classes sociais; respeito à diversidade e igualdade de raças. Por que os privilégios acabam sendo de uma minoria de poder aquisitivo elevado com estereótipos que dita uma sociedade de filhos do preconceito? Crianças acabam sendo predestinadas a um futuro de  subvidas por conta de sua raça, etnia ou gênero. Isto me remete a o texto “Maquinaria Escolar” de Julia Varela e Fernando Alvarez-Uria que mostra como era a educação na idade Media, onde os pobres eram instruídos para servir os nobres e os ricos para reinar e comandar.

    Vejo como é a vida das mães pobres, trabalhadoras domésticas (algumas delas mães e a avós de meus alunos) que freqüentam a instituição de educação infantil onde atuo. Elas andam de ônibus lotado e quente com seus pequenos filhos nos braços, elas são pontuais, quanto ao horário de chegada na escola, elas sonham com um futuro melhor para seus filhos, um futuro livre da subordinação abusiva, um futuro diferente do seu. Contrastando essa realidade observo carros do ano com mães apressadas e bem vestidas muitas vezes atrasadas trazendo seus filhos. Fica visível a injustiça social, pois é solicitada uma contribuição espontânea de duzentos reais igualmente para todos, para quem anda de ônibus e para quem tem carro do ano, que muitas vezes não pagam a quantia alegando não ter condições. . Muitos alunos depois de se formarem no jardim B ingressam em escolas particulares. 

    A Instituição de Educação Infantil Nossa Senhora Aparecida situa-se no bairro Ipanema e atende crianças da comunidade e seus bairros vizinhos, tais como: Serraria, Guarujá, Ponta Grossa. Os alunos que predominam são de cor branca e no momento não temos nenhum caso de inclusão. Do bairro, temos poucos alunos, porque a maioria dos moradores por serem de classe média alta procura outras escolas. Neste contexto quem mais se beneficia são os filhos dos trabalhadores do entorno da escolinha. As famílias são bem diversificadas atendem-se crianças pobres, mas também pessoas de melhor situação financeira, fato que antes eu achava injusto, mas agora vendo a dificuldade que a instituição se encontra para pagar as despesas mensais devido ao grande numero de inadimplência, evidencio que a escola precisa é de pessoas que contribuam de algum modo para o seu sustento, A verba que a SMED (Secretaria Municipal de Educação)
repassa mensalmente serve para pagamento dos funcionários.Acredito que poderíamos ter mais suporte financeiro e pedagógico da prefeitura para o melhor atendimento dos alunos, principalmente os de baixa renda.

   Apesar de tudo vejo que a realidade de nossa escola não é pior que a realidade de muitas outras instituições que se inserem em nossa sociedade. Já assisti relatos de violência vividos por colegas do PEAD que trabalham em zonas periféricas e de difícil acesso. Vejo que cada escola tem a cara da comunidade onde se insere. Então as demandas se tornam diferentes. Sabemos que existem comunidades que predominam a fome, miséria e violência domestica isto é levado para a sala de aula, e se boas políticas de inclusão não forem implantadas para que haja uma mudança na educação, crianças continuarão sofrendo conseqüências por conta de sua vulnerabilidade social.

    Enquanto que aqueles com maior poder aquisitivo se apoderam cada vez do universo do conhecimento, multiplicam-se mais fronteiras, muralhas, dividindo pessoas em incluídos e excluídos. Mia Couto fala no vídeo, “Repensar o Pensamento”, que o pensamento não tem fronteiras, que fronteiras são limitadoras da troca entre as pessoas, muitas vezes criamos fronteiras, porque temos medo do pensamento que é diferente do nosso.


REFERÊNCIAS

ARROIO, Miguel. Outros Sujeitos e outras pedagogias - Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.


COUTO, Mia. Repensar o Pensamento. Acesso em 25 de dez. 2017. Disponível em: http: \\www.youtube.com/watch?v=ahb9bEoNZaU

     

 

     


    


domingo, 3 de dezembro de 2017






  Atuo há 17anos em uma escola de Educação infantil comunitaria, conveniada com a SMEED (Secretaria Municipal de Educação), atualmente estou no maternal II, com crianças de 3 a 4 anos. A instituição atende 108 crianças, sendo: 18 crianças no berçário para três professoras, 20 alunos nos maternais I e II, jardins “A” e “B” com 25, atuando duas professoras em cada sala. No decorrer desses anos em meu trabalho na instituição observei poucos ingressos de inclusão. Recordo-me de duas crianças com síndrome de Down, um menino que nasceu sem as duas pernas, entre algumas crianças com transtorno espectro autistas. No ano passado tivemos uma menina de dois anos cega e com dificuldades motoras.

  Em minha classe tenho um aluno de quatro anos, com características de uma criança autista, porem o diagnostico ainda não foi confirmado, pois a mãe aguarda a consulta de especialistas como psicólogo e neorologista, solicitados via posto de saúde. Confesso que quando o menino se desorganiza tenho que me afastar dos outros para somente dar atenção a esse pequeno aluno.

 Observo através do texto proposto para leitura Historia geral do atendimento a pessoas com deficiência a educação inclusiva é assegurado por lei para todas as pessoas com necessidades especiais. Me chama a atenção a parte do texto que fala “Em 1998, o MEC ( Ministério da  Educação) lança documento contendo adaptações que devem ser feitas nos PCNS ( Parâmetros Curriculares Nacionais), a fim de colocar em pratica estratégias para a educação de alunos com deficiência.” Entendo que a legislação  empurra quase que a força a missão de incluir para rede regular de ensino se redimindo de dar o suportes adequados para que as escolas acolham de maneira dignas essas pessoas.

 Vejo que não há uma preocupação que não há uma preocupação governamental em investir em adequações no espaço física pedagógicas para acolher crianças com deficiências de ordem física, sensorial e mental.    


REFERENCIAS: Rodrigues, Olga Maria Piazentin Rolim. Educação especial: história, etiologia, conceitos e legislação vigente / Olga Maria Piazentim Rolim Rodrigues, Elisandra André Maranhe. In: Práticas em educação especial e inclusiva na área da deficiência mental / Vera Lúcia Messias Fialho Capellini (org.). – Bauru: MEC/FC/SEE, 2008.