domingo, 5 de novembro de 2017

Conhecimento e Aprendizagem





     Para mim, entender a teoria Piagetiana se iguala a refletir sobre o pensamento do pensamento, pois, se torna tão complexo quanto resolver um problema matemático. É ler nas entrelinhas e colocar o cérebro para funcionar, é se equilibrar e se desequilibrar de novo frente a um novo desafio.
Segundo fala a professora Tânia Marques no texto Epistemologia Genética a teoria Epistemologica de Piaget é considerada Interacionista. A professora explana que “Interacionismo é a crença segundo o qual a explicação da origem do conhecimento esta na síntese permanente entre as condições internas do sujeito e do meio, entre a maturação e a experiência adquirida.” Logo evidencio com a ajuda da leitura do segundo texto Desenvolvimento da Aprendizagem de Jean Piaget que o desenvolvimento vai acontecendo de maneira natural, mas isso não quer dizer que seja um aprendizado, pois o desenvolvimento acontece através da maturação e a aprendizagem ocorre através da troca que o sujeito faz como seu meio e da ação desse sujeito sob o objeto.  Becker, explica no vídeo Jean Piaget: Aprendizagem e conhecimento escolar, que “aprendizagem é o oposto de desenvolvimento. O desenvolvimento possibilita o aprendizado. [...] O conhecimento não é copia da realidade. Conhecer o objeto é agir sobre ele [...].

     O vídeo Introdução a psicologia do Desenvolvimento com Yves De LaTaille,  esclarece que para Piaget a ação media a interação, e é na troca de experiências com seu meio que oportunizam essas aprendizagens. Percebo, neste ano, o quanto meus pequenos alunos (quatro anos, MII) se enriqueceram de conhecimento ao realizaram observações em insetos como: formigas e joaninhas na praça da escola. Os pequenos observadores foram levados a descobertas preciosas e inesquecíveis, pois, aprenderam através de suas próprias ações. Através das experiências desvendaram que as formigas trabalham juntas e são cooperativas, carregam o alimento organizadamente ate sua casa.
Descobriram que existe joaninha laranja, azul, marrom e preta, e não somente vermelha com bolinhas pretas como vemos na maioria das gravuras dos livros, o seu vôo e raso e gracioso. Eu aprendi com eles, pois até então pensava que só existia joaninha vermelha com bolinhas pretas. Mas o aprendizado mais significativo foi que temos que cuidar o que é da natureza.

     Voltando para o texto de Tânia Marques , de acordo com Piaget o desenvolvimento humano passa por estádios, onde uma etapa servira de patamar para a outra, ou seja, nenhuma dessas etapas podem ser puladas, pois, uma dependera da outra para ser bem sucedida. Os estádios são:
 Sensório motor- de 0 aos 2 anos de idade.Ação sobre a realidade; o objeto deixa de existir quando sai do campo visual.
Pré operatório- de 2 a 7 anos. Representação da realidade, marcada pela linguagem.
Operatório concreto- 7 aos 12 anos. A criança já se apropria da capacidade de realizar ações mentais. Consegue classificar e seriar os objetos.
Operatório formal-  A partir dos 12 anos . Pensamento hipotético; autonomia moral.

      No vídeo Mais laboratório e menos Auditórios, Becker nos propõe pensar sobre a metodologia de ensino nas escolas que estimula os alunos a ação de copiar e repetir, tendo poucas possibilidades de criar. O professor explana verbos empregados nas teorias construtivistas dos autores Piaget e Freire que são: interagir, observar, indagar, experimentar, ultrapassar, dialogar, intervir, refletir, concluir e inventar. Ressalta a que a pratica significativa dessas ações se faz em oficinas e laboratórios e não em salas de aula. Refletindo as idéias do autor, constato o quanto meus pequenos aprendem quando brincam na praça da nossa escola, considero este lugar como o laboratório deles, pois é  lá  que através de suas observações  fazem grandes descobertas, sendo que, algumas delas, até   viraram projetos, como: “Formigas em ação”e “A descoberta da Joaninha”. Acompanhando o desenvolvimento dos frutos da laranjeira, desde a florzinha cheirosa até as primeiras laranjinhas verdinhas e pequeninas, concluíram, então, que se transformariam em robustas laranjas de umbigo, igual a que vimos e saboreamos no mês de maio; entre outras, está também, a abelha pousando na flor de laranjeira, onde a partir de perguntas resultantes da curiosidade perceberam como era o processo de fazer o mel.

     A partir atividades os alunos assimilam melhor as novas informações, construindo o equilíbrio para outras aprendizagens.



REFERENCIAS:

PIAGET, Jean. Aprendizagem do Conhecimento. In LAVATTELLY, C. S. e STENDLER, F. Reading in child behavior and development. New York: Hartcourt Brace Janovich, 1972. (Trad.: Paulo F. Slomp, prof. FACED/UFRGS. Revisão: Fernando Becker, PPGEdu-UFRGS).

   MARQUES, Tania Beatriz Iwaszko. Epistemologia Genética. In: SARMENTO, Dirléia Fanfa; RAPOPORT, Andrea e FOSSATTI, Paulo (orgs). Psicologia e educação: perspectivas teóricas e implicações educacionais. Canoas: Salles, 2008. p.17-26

Vídeo, Jean P

Um comentário:

  1. Olá! Conhecer a Epistemologia Genética e dela refletir sobre o processo de aprendizagem e conhecimento na sala de aula, é fundamental. Quando iremos elaborar um planejamento de uma aula, devemos levar em consideração a faixa etária da turma, muitas vezes pensamentos somente no conteúdo, sem pensar em processos que efetivem a aprendizagem do aluno. Com esse conhecimento será potencializado o planejamento de atividades e um melhor conhecimento do aluno e suas especificidades de cada fase. Trouxe bom aporte teórico e fez as devidas reflexões frente ao ambiente escolar, continue potencializado essa relação entre escola e conhecimento teórico. Realmente quando afirma que aprendemos com os alunos, concordo, pois estabelece um processo de troca muito rico, quando possibilitamos diferentes tipos de abordagens de conteúdos e metodologias. Parabéns por já estar utilizando termos da academia! Continue se esforçando!

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